segunda-feira, 18 de outubro de 2010

olhares do metrô.

Todo dia na cidade grande passam pelo metrô centenas e centenas de pessoas indo trabalhar, estudar ou outra coisa qualquer.
Num começo de noite, o trem esperando na plataforma. Uma garota de altura mediana, os cabelos balançando, com os olhos cheios de lágrimas evitando derrama-las desce as escadas correndo pra pegar o trem a tempo, passa pela roleta e desce outro lance de escadas e corre até o terceiro vagão. Entra correndo e a porta se fecha. Olha em volta, todos os assentos ocupados e anda até o meio do vagão onde encosta em um dos apoios de segurança, enquanto o trem ganha velocidade. Apóia as mãos nas coxas e baixa a cabeça respirando de forma desregulada, sentindo o coração aos poucos se acalmar da corrida. Uma lágrima caiu. Ela secou os olhos e se ajeitou, levantou a cabeça. Estava confusa, apesar da felicidade contagiante que preenchia cada parte do corpo dela, sentia vontade de chorar, doía...
No fundo do vagão um rapaz de olhos claros e boné, observava ela. Ela retribuiu o olhar curiosa e só parou de olhar quando ele desviou os olhos. Fechou os olhos com força, não queria estar ali. Abriu, mais uma vez ele a olhava. Ela segurou no apoio de lado e encarou ele. Durante uns 5 minutos ela ficou encarando, enquanto ele olhava e desviava o olhar rapidamente. Ela pendeu a cabeça para o lado e ele fez o mesmo com uma expressão divertida, os olhos dela fulminaram os dele. Então ela sorriu, ele sorriu de volta. Ao mesmo tempo que o trem parava em uma das estações, uma mulher se levantou e saiu. Ela andou como se fosse em direção a ele, mas se sentou no lugar vazio. Ele olhou meio desapontado e saiu. E mesmo então continuou a olha-la. Olhou insistentemente até o trem sair da plataforma e seguir viagem. Pequenos encontros, momentos curiosos que nos fazem pensar muito sobre eles sem nem ao menos significarem realmente alguma coisa. E se...
Ela encostou a cabeça no vidro achando graça do que tinha acabado de acontecer, fechou os olhos e cochilou.

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