quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Amanhecer

Fim de festa. Copos, latas espalhados pelo chão e algumas pessoas esquecidas dançando ao som das últimas batidas da madrugada.
Num canto do salão, uma garota sacudia o cabelo para tirar os confetes.
Uma chuva de coisinhas coloridas caiu no chão e no colo da garota. Ouviu alguém se aproximar e fechou os olhos enquanto uma mão pousou em seu ombro. Ela sentiu o coração se encher de folia, um sorriso tão puro e meigo tomou conta daquele rosto de expressão cansada e borrado de maquiagem.
Levantou o rosto e olhou nos olhos sorridentes de um garoto de cabelos escuro e bagunçado. Segurou a mão dele e juntos saíram pela porta. No horizonte o sol se levantava meio preguiçoso, jogando raios de luz no casal que se encontrava parado. Um olhando nos olhos do outro. A pele alva da garota assumiu um tom avermelhado, o rapaz tocou a bochecha dela suavemente. Ela fechou os olhos e uma lágrima lhe fugiu o controle e caiu, a mão dele secou a gota e acariciou seu rosto. Beijou a testa dela com ternura e foi embora. Ela ficou ali, parada. Sentiu a brisa dos primeiros momentos da manhã. Olhou em direção ao sol que nascia tão majestosamente em um horizonte infinito e se abraçou.
Por acaso, ali perto havia um muro pichado com as seguintes palavras: "O sempre é uma ilusão dolorosa, mesmo para os que se amam incondicionalmente."
Um meio sorriso se abriu e ela saiu andando.