domingo, 20 de junho de 2010

Vermelho sangue

Dizem que um pinguim quando encontra sua parceira eles ficam juntos pra sempre. Nós seres humanos passamos a maior parte de nossas vidas procurando a pessoa certa, nossa alma gêmea. Tudo isso pra acabarmos com corações partidos, sonhos perdidos e iludidos da forma mais cruel.
Mais uma noite vazia, ela esperava o sol nascer. Sentada no chão da varanda vendo o céu clarear a medida que o sol ia se levantando no horizonte.
Era como se ela fosse um brinquedo de si mesma. Mais uma dose. Estava frio, suas mãos estavam tão geladas que não sentiam mais nada, dormentes.
Pensou em cada amor que desapareceu, acabou e levou um pouco dela. Parecia que não tinha mais nada sobrando dentro dela, como se estivesse oca. Não sobrou nada de bom dentro dela, era amarga. Outono atrás de outono o sorriso ia se esvaindo de seu rosto.
Seus olhos escondem uma tristeza tão profunda que poderia matá-la.
As unhas pintadas de preto se fecharam em seu braço, dor. Mal conseguia sentir, um grito se perdeu em sua garganta e uma lágrima caiu. Mordeu o lábio com tanta força que uma gota de sangue saiu, o vermelho do sangue e do batom se misturaram. Sentiu o gosto de ferro do sangue, passou o pulso pra limpar. Mais lágrimas.
O amor dói.

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