quarta-feira, 19 de maio de 2010

um desejo.

Fazia um bom tempo que não chovia.
O dia amanheceu nublado, assim como os olhos dela.
Após chorar por horas antes de dormir ela adormeceu cansada, esgotada.
Acordou cansada, começou a se despir e seus pelos se arrepiaram com o vento frio que se esgueirava pela janela aberta, colocou a roupa com pressa e fechou a janela. Pintou os olhos, escondeu as olheiras e foi para a cozinha. Preparou um leite rápido, umas torradas e se apressou pra sair de casa. Ao sair pelo hall do prédio, sentiu pequenas gotas caírem em seu rosto. "Droga" pensou ela.
Foi pro colégio, as mesmas pessoas, os mesmos rostos, os mesmo gritos estridentes, tudo igual. Suspirou, suspirou pesadamente e seguiu em frente. Aguentou cada minuto dentro daquele lugar, perdeu a paciência "gente nojenta". Mandou alguns irem a merda, e recebeu uma nota. Pelo seu rosto passou: decepção, tristeza, desesperança e raiva. Mas ninguém percebeu, colocou uma expressão de indiferença no rosto e seguiu, segurou as lágrimas que se formavam em seu rosto. Ao som do sinal, saiu o mais rápido que pode. Chegando na rua, desabou. Mal podia enxergar no meio de tanta água, chegou em casa e se jogou em sua cama, se afogando no próprio choro. Chorou até cansar, se levantou e tentou comer alguma coisa, uma garfada, duas garfadas, três, quatro e mais nada descia. Sentia a falta dele, que ótimo mal tinha visto ele e sentia uma falta imensa dele. Pintou os olhos de novo, os olhos inchados e vermelhos, os deixou negros e saiu. Foi na locadora, devolveu o filme, alugou outro filme e quando ia embora a chovia forte. "É, hoje o céu tá chorando as minhas lágrimas."
Saiu pra chuva, a cada passo ficava mais e mais encharcada. As lágrimas se misturaram com gotas de chuva. "Por que isso não acaba? Eu não aguento mais isso." Pensou nele. Queria estar com ele, só estar. Talvez segurar as mãos dele. Mas estar perto, só sentir ele estava ótimo. Mas ela estava longe e sozinha. Hora: 20:20. "Será que ele me quer?" Ela queria ele, conseguia sentir isso pulsando em sua veia. Queria se matar, mas ele era o motivo que tinha maior peso pra ela não fazer isso. Mas ele não sabia o que queria realmente, talvez por medo. Mas ela também tinha medo, talvez ela mais do que ninguém entendesse como ele se sentia. Ela estava quebrada, estilhaçada. Mas ainda sim queria se arriscar e tentar fazer ele feliz, e talvez ele faze-la feliz também. Só conseguia pensar em uma coisa "deixa eu tentar te fazer feliz?"

Nenhum comentário:

Postar um comentário